Distorções e vulnerabilidades humanas
Na busca constante por me curar, obrigo-me a um alto grau de entrega que, às vezes, quem olha de fora não consegue entender verdadeiramente a importância dessa entrega extrema. A racionalidade, de fato, não é suficiente para perceber o significado desse exercício constante.
Já me embolei um tanto na questão do que é ou não amor, mas quem nunca confundiu apego com amor, não é verdade?
Por isso, utilizo um princípio que para muitos parece insano!
Busco cultivar diariamente a mentalidade de uma ETERNA APRENDIZ!!!!
Venho estudando os preceitos Junguianos há um tempo, e recentemente tenho me aprofundado cada vez mais nos seus conceitos e descobertas. Em seu arcabouço teórico sobre o Masculino e o Feminino, Jung enfatiza características inconscientes que são provocadas pela convivência uns com os outros, onde o outro espelha minhas partes desconhecidas e muitas vezes dolorosas. Esse conhecimento chegou e reforçou a ideia de que, verdadeiramente, só conhecemos a nós mesmos a partir do encontro com o outro.
Por outro lado, temos Bert Hellinger, que afirma que a ordem precede o amor, e isso fez com que eu repensasse profundamente os apegos que tinha em relação aos preceitos sobre o amor e o ideal incondicional. Isso poderia significar que, se não existir uma hierarquia, uma organização, o amor não acontece?
Neste ponto, surgem nossas distorções e vulnerabilidades humanas, onde o ideal incondicional de amor, enquanto não existir uma ordem em mim, faz com que todos os meus impulsos de amar, na verdade, estejam sendo poluídos pelas carências e apegos, ou seja, cheios de medo.
Esse medo causa uma nuvem densa que atrapalha o amor a brilhar, e nos enveredamos no sofrimento. Deixamos de receber a vida amorosa pura e sem medos, como ela é emanada diretamente da fonte, e nos desgarramos pela vida sem um norte e o medo passa a ser a grande referência. O amor com medo não é amor, é apego, então a vida trava e a desordem se renova.
Entender que já recebemos tudo e que não nos falta nada do amor original dos nossos pais nos liberta para compreender que mesmo as falhas fazem parte do nosso processo evolutivo. Desejamos isso em algum momento para nos libertar e voltar ao estado original. A fonte terrena primeira, pai e mãe, fizeram o que podiam com o melhor que tinham e as ordens não podem ser invertidas. Esse entendimento nos direciona à ordem e à vivência mais próxima ao que seria o Amor Verdadeiro, ou seja, amor fora do medo.
Portanto, não devemos inverter a ordem e nos tornar pais dos nossos pais, sem ter consciência de como a ordem na nossa família original é sagrada. A família que fundamos, a partir da saída da casa dos nossos pais, deve ser uma prioridade em nossas decisões e ações, pois do contrário, quando ainda estamos muito identificados por apego ou críticas à nossa família original, nos fragilizamos como seres humanos, aprisionando-nos no medo constante.
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