Doamos o que tínhamos e improvisamos uma barraca na praia com uma toalha de mesa.
Havíamos conversado sobre muitos assuntos interessantes nos dias que antecederam aquele passeio, que acabou trazendo mais sincronicidades. Foram anos antes do nosso primeiro grande despertar. Muitas decisões inconscientes haviam sido tomadas durante aquele período de "sono", e ainda estávamos colhendo os frutos das sementes plantadas de forma imatura.
Agora, você pode se perguntar: "Será que eu sou sempre assim comigo mesma nos meus diálogos internos?" Hahaha…
Sim, eu sou! Sou do signo de Escorpião e adoro fazer piadas com coisas sérias, usar ironia de vez em quando, mas sempre com uma boa causa. 😁
Bem… vamos voltar à história.
Era domingo, férias, a cidade cheia de turistas. Decidimos ir à praia. Sem grandes planejamentos, pegamos os lanches, os cachorros e saímos. Fomos a uma praia que amamos, mas que é um pouco distante de casa. Um pequeno detalhe foi ignorado: não levamos guarda-sol nem cadeiras, e lá não há onde alugar, diferente da praia mais perto de casa.
Chegando lá, nossa filha encontrou logo uma amiguinha do prédio e começou a brincar. Olhei ao redor tentando encontrar alguém alugando equipamentos ou oferecendo um abrigo generoso... Hahaha!
Drama básico: ninguém deu muita atenção para a gente, nem a vizinha, mãe da coleguinha da nossa filha. 🫠
Como de costume, recorremos ao essencialismo. A pergunta foi: o que é importante neste momento? Os cachorros não podiam ficar expostos ao sol, e eu queria aproveitar para ler meu livro e escrever. A solução estava na minha biblioteca mental de escoteira. Com a ajuda do Guga – “o cara que embarca em todas as minhas aventuras” – improvisamos uma barraca com uma toalha de mesa que havia levado para um piquenique. Nada demais! A barraca ficou ótima, seguindo as leis do vento.
Por um instante, me senti super orgulhosa da nossa invenção. Mas o brilho durou pouco. Fiz algo que sempre digo aos meus alunos para não fazerem: me comparei. Olhei ao redor e vi todo mundo organizado, com guarda-sóis e cadeiras, e minha energia despencou. Daí, já viu… foi ladeira abaixo.
Comecei a pensar no passado, nas decisões financeiras irresponsáveis que tomei, no que poderia ter resolvido antes. Fiquei remoendo. A vergonha por estar sob uma toalha de mesa me cegou para a plenitude do momento: não precisar de muito, já ter tudo. O essencialismo, que eu tanto prezo.
Quando a maré avançou, tivemos que mudar a barraca de lugar. Já aborrecida, deixei a cesta de piquenique virar. Um restinho de sanduíche caiu na areia e um frasco plástico voou. Uma moça bonita, sentada mais atrás, levantou-se para me ajudar e me ofereceu uma sacola para o lixo. Mas, no meu estado de baixa frequência, não percebi o olhar gentil dela no momento, apenas depois. A vergonha reinava.
Esse episódio me ensinou que um instante de inconsciência pode roubar a graça de um momento especial. Descer para subir novamente é natural. Quanto mais rápido reconhecemos nossas falhas, mais fácil é voltar ao centramento.
Não adianta sentir raiva do passado, comparar-se com os outros ou resistir às lições em cada situação. O melhor é aceitar, resignificar e aproveitar o presente. A vida é preciosa, e você não precisa provar nada para ninguém.
Inclusive, tive um teste nesse dia. Um vendedor passou com guarda-sóis, mas só tinha dois modelos, e pelo preço que ele quisesse cobrar. Decidi não comprar. Percebi que seria apenas para mostrar aos outros que eu podia pagar. Achei esse pensamento infantil. Disse a mim mesma: "Deixe de ser boba! Sua barraca está ótima. Você não deve nada a ninguém. Pare de se comparar!"
É isso, gente. Ainda estou refletindo sobre as preciosidades desse acontecimento. Foi mais um despertar para a liberdade de ser eu mesma e para criar uma vida que faz sentido para mim, sem provar nada a ninguém.
Abraços fraternos,
Tatiana Mendonça
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